Canibalismo e alucinações são
alguns dos efeitos de novas drogas disponíveis no mercado
São substâncias que podem
gerar epidemia semelhante à do crack
"Apocalipse Zumbi",
o filme, foi nele que pensei quando li essa reportagem. Imagine se essa nova
droga tenha um uso tão "comum" quanto o do "crack" no
Brasil. Certamente não poderíamos nem passar perto de um local que fosse
parecido à Cracolândia, pois seríamos, literalmente, comidos vivos!
A Reportagem do R7 13/5/2015
às 00h30
Debaixo de um viaduto, em
plena luz do dia, um homem se aproxima de um morador de rua idoso que cochila depois
do almoço. Com movimentos rápidos, morde, mastiga e devora os olhos, bochecha,
nariz e boca da vítima. Para evitar que a presa se defenda, o rapaz esmurra seu
peito e lhe quebra uma costela.
O que parece ser o ataque de
um canibal em um filme aconteceu de verdade em Miami (EUA), em 2012, e foi
fruto da reação à ingestão do Cloud Nine, uma das drogas que vêm se
popularizando no Brasil e preocupando médicos e familiares de jovens que ainda
constituem a parcela mais expressiva de usuários em todo o mundo.
Os nomes dos entorpecentes da
moda lembram itens do catálogo de uma loja esotérica — sais de banho, incenso
do mal, pandora, spice, citron. E, embora divirjam nas formulações e ação
alucinógena, em um aspecto eles são muito parecidos: os efeitos devastadores no
organismo.
Canibalismo e alucinaes so
alguns dos efeitos de novas drogas disponveis no mercado
O comportamento canibal de
Rudy Eugene, por exemplo, que mastigou vivo Ronal Poppo nos Estados Unidos, é
típico das catinonas sintéticas, derivados da anfetamina produzidos junto com
uma planta chamada khat, nativa da África oriental.
Quem usa este tipo de droga —
que tem apresentação em forma de cristais (daí os tais sais de banho que
batizam a maioria dos modelos vendidos no Brasil) ou pó similar à cocaína —
sente, em um primeiro momento, um aumento considerável na libido e na
sociabilidade. No entanto, poucos minutos depois, já é invadido por um quadro
de agressividade incontrolável, acompanhado de psicose grave que gera
alucinações severas, como no caso do ataque americano.
Para a psiquiatra Fernanda de
Paula Ramos, especialista em dependência química, a psicose é o traço mais
perigoso da droga, que é vendida na internet em sites estrangeiros por preços
que variam entre R$ 250 a R$ 650 o saquinho com quatro gramas.
— As catinonas também são
vendidas como sais de banho, fertilizantes ou repelentes de inseto, numa
tentativa de mostrar que são inofensivas e que têm outra finalidade. As mais
comuns são a mefredona, a metilona e o MDPV, todas proibidas no Brasil desde
2012. Podem ser cheiradas, usadas via oral ou injetadas, e não são detectáveis
na urina. Por isso, os pacientes chegam à emergência e nós, médicos, não temos
como ter ideia de que usaram isso, a menos que eles nos digam.
Vendidos como parentes
industrializados da maconha, os canabinoides sintéticos constituem outra
categoria também capaz de arrasar corpo e mente dos usuários. Causam, entre
outros sintomas, quadros de infarto, AVC, danos renais, crises de pânico,
psicose e até mesmo a morte.
— Temos relatos de colegas que
trabalham em pronto-socorro que dão conta de que houve um aumento de 30% nos
atendimentos em relação ao que acontecia apenas com a maconha. Trata-se de uma
designer drug, que tem como única finalidade “dar barato”, ser uma droga de
abuso. Também é vendida na internet, e traz no rótulo a informação de que não é
própria para consumo humano, a fim de burlar fiscalização.
Ficou famoso no mundo todo o
caso de Connor Reid Eckhardt, um jovem americano de 19 anos que morreu em junho
de 2014 depois de dar uma única tragada em um cigarro feito de maconha
sintética. Nos Estados Unidos, a droga é vendida livremente como incenso em lojas
de conveniência, e custa cerca de R$ 40.
Ao chegar já em coma ao
serviço de emergência, Eckhardt confundiu os médicos, que não conseguiram
fechar um diagnóstico baseados apenas nos sintomas. A solução do caso veio
porque um pacote de spice — nome mais comum da droga — foi encontrado no bolso
do rapaz. Por causa do inchaço no cérebro causado pelo uso da substância, o
jovem teve a morte cerebral decretada ainda no mesmo dia.
De acordo com Fernanda, 91,3%
dos usuários de canabinoides sintéticos também fazem uso da maconha. A
psiquiatra conta que os primeiros dados sobre a existência do spice são de
2004, e que até 2014 já havia o registro de novos 134 canabinoides sintéticos —
destes, 101 criados só no ano passado.
— Os fabricantes mudam um
átomo, uma única molécula da composição, e aí, com isso, a substância não
consta mais na lista de proibidas. Há histórias de carregamentos da droga
apreendidos, mas em que nada pôde ser feito.
Embora a causa da morte do
estudante Victor Hugo dos Santos tenha sido afogamento, a sequência dos fatos
que levaram ao óbito no famoso caso — acontecido na raia olímpica da USP
(Universidade de São Paulo) em 20 de setembro do ano passado — teve como
estopim o consumo de outra droga famosa entre os jovens, o NBOMe.
Alucinógeno potente, descrito
muitas vezes como um LSD sintético, o NBOMe gera desde uma leve confusão até
mesmo a morte. De acordo com o psiquiatra Leonardo Paim, uma estimativa global
recente feita via internet apontou que 11% dos frequentadores de casas noturnas
conheciam a droga.
— Ele causa formigamento
primeiro na língua e depois no corpo inteiro, tremores, aumento da atividade
psicomotora, sintomas alucinatórios clássicos dos psicodélicos, alucinação
auditiva e visual e distorção do tempo.
Embora os números de usuários
ainda sejam vistos como pouco expressivos, Fernanda reforça um dado
preocupante, que pode apontar o rumo do consumo das drogas da moda no Brasil e
no mundo.
— As pessoas podem não
lembrar, mas, quando o crack surgiu, apenas 1% da população fazia uso da
substância. Hoje, como se sabe, a situação é bem diferente.
Fonte: http://noticias.r7.com/saúde/novas-drogas-causam-alucinacoes-canibalismoepodem-levaramorte-13052...
Veja mais;
http://lanyy.jusbrasil.com.br/noticias/188076695/canibalismo-e-alucinacoes-sao-alguns-dos-efeitos-de-novas-drogas-disponiveis-no-mercado?utm_campaign=newsletter-daily_20150514_1165&utm_medium=email&utm_source=newsletter
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