Aposentada é condenada a quatro anos de
prisão por racismo
Publicado originalmente Geledés Instituto
da Mulher Negra
Veja;
A aposentada Davina Castelli, 72, foi
condenada na quarta-feira a quatro anos de prisão em regime semiaberto por
despejar essa série de injúrias raciais sobre três negros que estavam no Top
Center, um shopping da av. Paulista, em novembro de 2012.
Cada um dos três vai receber R$ 28.960 por
danos morais. Os injuriados foram a corretora Karina Chiaretti, 36, a vendedora
Suelen Meirelles e o supervisor predial Alex Marques da Silva, 23.
A juíza Giovana de Oliveira determinou que
ela seja presa imediatamente, o que não é comum, por "descaso e
desrespeito à Justiça". Ela não foi presa ainda. A Folha não conseguiu
localizá-la.
A aposentada não recebeu o oficial que foi
intimá-la nem contratou advogado de defesa, apesar de ser de classe média
-trabalhou na área jurídica da Aeronáutica.
Ao oficial, disse que não ia responder
processo algum nem falar com juiz. Ela só depôs na delegacia, onde negou ter
ofendido os negros.
A Defensoria Pública, que a defendeu,
entrou anteontem com habeas corpus para suspender a prisão imediata.
A corretora de imóveis Karina Chiaretti,
36, que vai receber indenização por ter sido vítima de racismo.
Castelli é conhecida na avenida Paulista.
Caminha com um andador e, segundo frequentadores, são comuns os xingamentos
dela contra negros e nordestinos.
Na farmácia onde ocorreu o crime no
shopping, ela pediu para "ser atendida por alguém da minha cor". Na
portaria do seu prédio, colado ao cine Gazeta, um porteiro negro diz ter ouvido
dela: "Macaco! Volta para a selva?".
Há até mesmo um vídeo no YouTube com o
título "Racista da Paulista", no qual ela ofende um policial.
Mulher racista continua solta na Av.
Paulista: 'Eu não gosto de negro. Negro é sujo. Deveria ser proibida a entrada
deles aqui. Negro é imundo'
'Vocês tem que recolher este lixo, este
macaco' disse mulher presa por racismo na avenida Paulista
Um dos porteiros do seu prédio diz que ela
é lúcida. É a mesma impressão da advogada Carmen Ferreira, presidente da
Comissão de Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
"Ela deveria ter sido levada para a
delegacia por um PM, mas disse que precisava tomar um remédio e se trancou no
apartamento. Isso não é comportamento de louca", diz a representante da
OAB.
POLÍCIA Ela disse: 'Vai embora que isso não
vai dar em nada. Já tem seis BOs [boletins de ocorrência] por racismo contra
essa mulher'", diz.
Chiaretti conta que a polícia só passou a
tratá-la melhor, quando voltou à delegacia três dias depois, porque seu tio, o
militante negro Hélio Santos, ligou para o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e
reclamou.
" Sem 'carteirada', esse caso não
teria andado ", afirma.
Marques da Silva, outro ofendido, afirma
que os policiais diziam:"'Por que vocês não deixam isso pra lá?' Eu
precisava voltar para o meu trabalho, mas pensei melhor: não vou aceitar esse
tipo de humilhação. É demais".
Chiaretti e Marques da Silva criticam o
comportamento do shopping, que, para eles, foi omisso." Essa mulher xingou
todo mundo no shopping por mais de cinco anos e ninguém fez nada ", diz
Marques da Silva. O shopping não quis se pronunciar.
Fonte:http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/23464-aposentadaecondenadaaquatr
Publicado por Nelci Gomes
Inicio de vida acadêmica na Escola de
Engenharia Agronômica - UFRB fazendo parte de alguns movimentos em busca pelo
desenvolvimento..
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